As Nações Unidas definem que “as comunidades, os povos e as nações indígenas são aqueles que, contando com uma continuidade histórica das sociedades anteriores à invasão e à colonização que foi desenvolvida em seus territórios, consideram a si mesmos distintos de outros setores da sociedade, e estão decididos a conservar, a desenvolver e a transmitir às gerações futuras seus territórios ancestrais e sua identidade étnica, como base de sua existência continuada como povos, em conformidade com seus próprios padrões culturais, as instituições sociais e os sistemas jurídicos”.
A enorme diversidade sociocultural e étnica dos indígenas brasileiros é estimada, no século XVI, quando Cabral chegou ao Brasil, em cerca de 5 milhões de índios, de mais de 1000 etnias e falantes de mais de 1.300 línguas. Atualmente, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa - IBGE o último Censo, realizado em 2010, revelou que a população indígena no Brasil é constituída de 896, 9 mil indígenas, sendo 36,2% residentes em área urbana e 63,8% na área rural, pertencente a 305 etnias e falante de 274 idiomas. (Fonte: IBGE)
A maioria dos povos indígenas brasileiros vive na região Norte do país, nos estados por onde se estende a Amazônia Legal. A diversidade étnica e linguística desses povos tem grande importância para a manutenção da pluralidade cultural do país. Para além disso, os indígenas são parte fundamental da história de formação do território nacional e da preservação ambiental, tendo em vista que levam um modo de vida mais sustentável e em harmonia com os recursos obtidos na natureza.
Se na década de 1920 eram reconhecidos cinco povos, hoje aponta-se para a existência de 46 povos identificados e em processo de identificação, totalizando uma população de 70 mil pessoas. É importante ressaltar que o conceito de Região Nordeste aqui adotado está em conformidade com o que é apontado pela APOINME – Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo, que abrange os estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Sergipe, Minas Gerais e Espírito Santo, ficando de fora, portanto, os estados do Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte.
A multietnicidade da população indígena brasileira é o que resulta em uma enorme diversidade cultural, não somente para os povos originários como também para o território brasileiro como um todo. Cada uma das etnias indígenas presente no Brasil apresenta seu próprio conjunto crenças e tradições estabelecidas há centenas de anos e que são propagadas de geração à geração.
Por essa razão, não podemos generalizar e falar em uma cultura una para os povos indígenas brasileiros, que são multiculturais e carregam consigo símbolos e costumes muito particulares e distintos uns dos outros. A seguir, vamos entender melhor como é composta a cultura desses diferentes povos.
A língua é um elemento fundamental na cultura dos povos indígenas do Brasil, tendo em vista a importância que a tradição oral resguarda para eles. De acordo com o Instituto Sociambiental (ISA), existem cerca de 160 famílias linguísticas que são faladas pela população originária do país. A maioria dessas famílias linguísticas — como o tupi-guarani, o juruna, o mundunkuru, o jê, o karajá e o maxakali — pertence a dois troncos: o tupi e o macro-jê.
O xamanismo é um aspecto muito presente na religião dos povos indígenas do Brasil. O xamã é aquele indivíduo capaz de estabelecer contato com o mundo espiritual, fazendo, portanto, a ponte entre ele e o mundo físico. Assim sendo, o xamã é o responsável pela realização de rituais religiosos de determinado grupo indígena.
O animismo também está muito presente no sistema de crenças indígenas, e se traduz na concepção de os elementos da natureza — como o Sol, a Lua, as estrelas e os rios — serem dotados de alma e venerados.
Vivem na Bahia atualmente cerca de mais de 37 mil indivíduos representando 16 grupos étnicos:
- Atikum
- Kaimbé
- Kantaruré
- Kariri-Xocó
- Kiriri
- Payayá
- Pankararé
- Pankarú
- Pataxó Hãhãhãe
- Pataxó
- Truká
- Tumbalalá
- Tupinambá
- Tuxá
- Xacriabá
- Xukuru-Kariri
Territórios ou aldeias Indígenas Delimitados
Em processo de regularização
- Barra Velha do Monte Pascoal (Porto Seguro), da etnia Pataxó
- Tupinambá de Olivença (Ilhéus, Una e Buararema), da etnia Tupinambá
- Tupinambá de Belmonte (Belmonte), da etnia Tupinambá
- Prado
- Pau Brasil
- Santa Cruz Cabrália
- Porto Seguro
- Camamu, a Funai reconhece o território da Fazenda Bahiana como reserva indígena
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/a-populacao-indigena-no-brasil.htm
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